Desculpa aí o clickbait, se você me conhece ou chegou pelas minhas redes sociais e achou que eu ia falar de tradições germânicas da minha cidade natal, Blumenau/SC, errou…A temática de hoje é política, espero e peço que você fique até o final. Não sei se vou entender se você quiser deixar de seguir por conta da minha opinião, mas vou respeitar sua posição.
Dia 30 de outubro vamos às urnas novamente. Eu tô muito preocupada, ao ponto de usar esse espaço para falar disso. Corro o risco de só conversar com um microcosmo que não precisa ler isso, mas tenho a chance de desanuviar a neblina que paira sob os olhos de muito, vou tentar:
63 milhões de pessoas vivendo com cerca de R$ 497 por mês
Desmatamento cresceu 21% em 2021, o Valor que tá falando.
O número de pessoas morando na rua aumentou.
Tem remédio faltando pra quem precisa e não pode pagar.
36% dos jovens não conseguem trabalhar nem estudar.
687 mil pessoas morreram de covid no Brasil.
E a lista continua. Eu paro por aqui pra não começar a semana tão triste.
Essa é uma eleição sobre costumes. Não estamos discutindo o futuro da economia, das nossas florestas ou da educação. Estamos discutindo ideologia de gênero, religião, ideias conservadoras e incitando a violência, enquanto continuamos assistir o nosso atual presidente e candidato falar abobrinhas, sendo machista, preconceituoso. Não é essa discussão que a gente precisa nem a função do presidente.
Lá pelos anos 2000, um professor de geografia passou como leitura o livro Serafina e a Criança que Trabalha. Eu lembro como se fosse hoje das fotos em preto e branco das crianças trabalhando no lixão. Naquele momento, o trabalho infantil já tinha diminuído muito no país e mesmo assim fui impactada.
Hoje, quando eu, privilegiada, tô sentada num bar ou restaurante e uma criança vem me vender uma bala, primeiro, me incomodo pela interrupção ~ninguém gosta de ser incomodado, sejamos francos~, depois, fico indignada, todas as muitas vezes que isso têm acontecido neste último ano. Não dá pra normalizar criança trabalhando, criança fora da escola, criança tendo que ser sustento, porque os pais não conseguem levar o pão pra casa. Já pensou se você precisasse pedir pra um filho seu vender bala, porque não dá pra pagar o leite com seu salário?
A gente precisa se colocar no lugar de quem mais precisa.
A gente precisa se colocar no lugar de quem mais precisa.
A gente precisa se colocar no lugar de quem mais precisa.
Tenho um monte de argumento, fatos e dados que colaboram e corroboram contra o Bozo, fico até meio perdida.
Ele tá construindo um projeto político nefasto.
Ele é despreparado.
Ele não é um bom chefe de estado.
Ele não nos representa internacionalmente.
Ele não se importa com o meio ambiente.
Ele acha que mulher vale menos do que homem.
Ele acha que gay não é gente.
Ele acha que “pintou um clima” entre ele e meninas de 14 anos.
Ele achava que covid era só uma gripezinha.
Ele não acredita na ciência e na educação.
Só não enxerga quem não quer ver que ele é tão corrupto quanto quase a maioria da nossa política.
E ainda assim, ele tá no páreo.
Ele pode ganhar.
Se a gente quer fazer diferente pro futuro do Brasil, a gente precisa começar a construir novas lideranças. O que a gente tem hoje não serve mais. Mas pra gente ter essa possibilidade, precisamos enxergar o quão “biruta” Bolsonaro é e deixar ele fora do poder. E na minha cabeça a gente só tem essa escolha, se quer continuar votando, sendo ouvido e respeitado.
Espero que você acredite num Brasil que te respeite como respeita qualquer pessoa, independente do sexo, raça, lugar onde mora e vote pra um Brasil brilhante e igualitário no futuro.
No dia 30 de outubro, eu voto 13. Vamos também?